A pergunta “Quem é Deus?” atravessa séculos e civilizações, sendo respondida com profundidade e precisão por Santo Tomás de Aquino em sua monumental obra Suma Teológica. Considerado um dos maiores teólogos da Igreja, Tomás sistematizou a doutrina cristã com rigor filosófico e teológico. Neste post, vamos explorar como ele descreve Deus — não apenas como um ser supremo, mas como o próprio Ser em sua plenitude.
Em (Suma Teológica I, q.2, a.3), Tomás apresenta cinco provas racionais da existência de Deus:
Deus é totalmente simples, sem composição de partes, essência e existência, ou matéria e forma. Ele é o próprio Ser subsistente (ipsum esse subsistens) — indivisível, imutável e eterno.
Diferente das criaturas que estão em potência, Deus é Ato Puro: plenamente realizado, sem mudança ou desenvolvimento. Ele é imutável, eterno e sempre presente.
Deus contém em Si todas as perfeições que vemos nas criaturas, e as possui de forma infinitamente eminente. Ele é o modelo e origem de todo bem e perfeição.
Deus conhece tudo por Si mesmo:
Seu conhecimento é ativo e criador, diferente do humano, que é passivo e adquirido.
O amor de Deus é ato da vontade, não emoção.
Deus é infinitamente justo, dando a cada um o que merece.
Mas também é infinitamente misericordioso, oferecendo o perdão e dons imerecidos.
Em Deus, justiça e misericórdia se harmonizam perfeitamente.
Segundo Santo Tomás:
Embora seja impossível compreender totalmente Deus nesta vida, podemos conhecê-Lo:
Deus é:
“Deus é o Ser absoluto, necessário, simples, eterno, imutável, ato puro, infinitamente perfeito, inteligência e vontade infinitas, criador e fim último de todas as coisas.”
Santo Tomás nos mostra que, embora Deus seja mistério, é também inteligível, e podemos conhecê-Lo racionalmente e por fé. Este conhecimento nos conduz à adoração, à confiança e ao amor mais profundo por Aquele que é o Princípio e Fim de tudo.